
O ornitólogo suíço Alexandre Roulin está a ajudar os agricultores da Jordânia, Israel e Palestina a combater a praga de roedores com recurso a corujas-das-torres (Tyto alba) em vez de pesticidas.
De acordo com o jornal Swiss Info, este professor do Departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Lausana, tem vindo a colaborar no projecto “As corujas-das-torres não conhecem fronteiras”, que ajuda os agricultores a instalarem caixas-ninhos nos campos.
O objectivo deste projecto é que estas aves ajudem a combater as pragas de roedores que dizimam as colheitas.
Nos países áridos do Médio Oriente, como Israel, os campos de trigo e de alfafa são um delicioso manjar para os ratos e as ratazanas, provocando grandes prejuízos a quem vive da agricultura.
A utilização de pesticidas, embora ajude a controlar as pragas, contaminam os solos e os lençóis freáticos e matam os predadores, como as corujas-das-torres, que controlam naturalmente as populações de roedores.
Através deste projecto, os agricultores são incentivados a não utilizarem mais pesticidas e a instalarem caixas-ninho em postes nos campos agrícolas.
Estas caixas-ninhos também atraem falcões, uma espécie que se alimenta de roedores durante o dia, garantindo que as pragas são controladas 24 horas por dia.
As corujas-das-torres existem em todos os continentes, excepto na Antártida. Num ano, um casal desta espécie pode ter 11 crias e consumir cerca de seis mil roedores.
A sua visão e audição apuradas e o facto de voarem quase sem fazerem barulho tornam-nas excelentes caçadores nocturnos.
Além disso, apesar de serem “máquinas de matar”, como diz Alexandre Roulin, são também “diplomatas”, o que as tornam a verdadeira inspiração para resolver os conflitos humanos.