
O Conselho de Ministros espanhol aprovou esta sexta-feira um real decreto que cria uma área marinha protegida no Mediterrâneo, na qual estão proibidas as prospecções de hidrocarbonetos e os projectos de extracção de gás e de petróleo. As licenças já atribuídas vão ser revistas.
Segundo a imprensa espanhola, a reserva marinha terá cerca de 46,3 mil quilómetros quadrados de área e 85 quilómetros quadrados de largura média e localizar-se-á entre as Ilhas Baleares e o território continental.
Trata-se de uma área extremamente importante para a biodiversidade, uma vez que funciona como corredor de migração de diversas espécies de aves, tartarugas marinhas (Cheloniidae) e de cetáceos, como o cachalote (Physeter macrocephalus), as baleias-piloto (Globicephala) e os golfinhos.
Estudos realizados demonstraram que o ruído provocado pelas actividades de prospecção de hidrocarbonetos ou de extração de gás e de petróleo tem um forte impacto nos animais marinhos, especialmente nos cetáceos, que dependem do som para todas as suas actividades. A perda de audição desorientam-os e provoca encalhes em massa.
Com esta decisão, o corredor passará a fazer parte das Zonas Especialmente Protegidas de Importância para o Mediterrâneo do chamado Convénio de Barcelona e o governo espanhol garante que até 2020, pelo menos 10% das zonas marinhas costeiras do país estarão protegidas.
Segundo a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, Espanha passa a ser “um dos países do mediterrâneo com mais superfície marinha protegida”.