
Por ser uma espécie relativamente recente em Portugal como animal de companhia, há ainda um grande desconhecimento sobre os cuidados de segurança, de higiene e médico-veterinários que se devem ter com os furões.
Embora a maioria seja semelhante aos que se devem ter com os cães e os gatos, alguns são específicos destes bichos.
Um dos mais importantes está relacionado com as fêmeas. No seu habitat natural, as elas ficam sexualmente activas entre Março e Agosto, o período do ano com mais horas de luz natural.
Contudo, em ambientes domésticos, em que estão debaixo de luz artificial durante mais horas, podem permanecer em cio todo o ano.
«Esta situação provoca alterações ao nível hormonal e elas podem mesmo morrer caso os donos não estejam alertas», avisa a médica veterinária Ana Teresa Serra. «Se não houver um macho para acasalar, a fêmea não deve estar em cio durante mais do que 10 dias. Deverá ser levada ao médico veterinário para a colocação de um implante ou ser sujeita a esterilização».
Ainda no que se refere aos cuidados médico-veterinários, embora não seja obrigatório, é aconselhável a administração das vacinas da esgana canina e da raiva (esta última é transmissível aos seres humanos). Principalmente quando não se conhece a origem do furão ou quando este é importado de países onde aquelas doenças são endémicas.
Os furões devem também ser desparasitados uma a duas vezes por ano.
Cuidado com as janelas
Os furões são animais muito curiosos e destemidos. É importante manter as portas com acesso à rua sempre fechadas e, principalmente, as janelas.
«Tal como os gatos, os furões gostam muito de subir às janelas e já tive casos em que eles caíram e se magoaram», conta Ana Teresa Serra.
Os tutores devem também ter em atenção aos golpes de calor. Evitar deixá-los fechados em espaços onde as temperaturas são altas (como os carros quando estão ao sol) e dar-lhes sempre acesso a locais escuros e frescos.
Devem ter sempre alimentos e água fresca disponíveis. Se estiverem mais de duas horas sem comer, entram em hipoglicemia e podem morrer.
Embora sejam animais muito sociáveis, não devem ter contacto com coelhos ou pequenos roedores, pois o seu instinto natural levá-los-á a caçá-los e a matá-los.
Mesmo o convívio com gatos deve ser supervisionado, pois o furão poderá agredi-los. Como lembra Ana Teresa Serra, há características da espécie que dificilmente se alterarão por muitos anos de domesticação que passem.